quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Arroz da Tita

Ingredientes:

2 xícaras de arroz lavado 
1 colher de sopa de banha de porco
Sal a gosto
4 xícaras de água quente


Modo de preparo:

O primeiro passo é a lavagem exaustiva do arroz. É preciso lavar em água corrente muitas vezes até que a água fique cristalina. Após a lavagem, o arroz precisa ser seco, seja escorrendo em uma vasilha ou como fazia minha prima Tereza, em Perdões, que enxugava o arroz com as mãos em um pano de prato seco.

A seguir, coloca-se em uma panela, se possível de ferro, 1 colher de sopa cheia de banha de porco. Esse é o ingrediente chave para o sabor do arroz, na hora de fritar os grãos. Trata-se de gordura animal cujos benefícios para a saúde foram durante muito tempo discutidos. Hoje acreditamos que é uma gordura saudável. Caso seu suprimento de banha de porco não seja farto, pode-se mesclar a banha com o azeite de oliva, meio a meio.

Quando a banha estiver já bem quente, o arroz seco deve ser frito, mexendo-se com colher de pau, para evitar queimar os grãos. Quando os mesmos passarem de translúcidos para brancos, adiciona-se sal a gosto, mexe-se mais um pouco e a seguir se rega o arroz pouco a pouco com água já previamente quente. Não se coloca a água de uma única vez, mas sempre em pequenas quantidades, até que o arroz na parte superior esteja al dente. Nesse momento em que a água é adicionada, pode-se com uma concha retirar o caldo que está por cima, e servir aos convidados com um copinho de cachaça. Trata-se de excelente aperitivo e mantém as pessoas ao redor do fogão durante todo o preparo.

Se a panela for de ferro, que conserva a caloria por mais tempo, desliga-se o fogo um pouco antes e a água seca apenas com o calor da panela.

A parte mais dura da raspa que fica no fundo da panela geralmente é usada para um mexido à noite, com ovo. Se ainda sobrar algo, colocar por cima da nova panela de arroz no dia seguinte.

Ninguém nunca disse isso, mas o arroz da Tita fazia mais sucesso porque eu sempre percebi que ela nunca lavava a panela, e usava a mesma apenas para fazer arroz.

Grande parte da família passava na casa dela, no final do dia, para comer apenas arroz puro. Eventualmente nos servíamos também de torresmo frito na hora, sendo a banha liberada durante a fritura usada na preparação do arroz dos dias seguintes. O caldinho de arroz com cachaça e o arroz com torresmo eram o sucesso do happy hour familiar, do qual ainda tenho as melhores memórias da vida. 


Rendimento: 6 pessoas (dependendo se comem com ou sem acompanhamento)

Harmonização: copinho de cachaça e qualquer música da Paula Fernandes pra acompanhar.

Um comentário:

Unknown disse...

Sou a maluca do arroz, mesmo antes dele ser ostentação. Esse arroz me interessou muitíssimo e a banha do porco já tenho à espera. Arroz e crônica de qualidade, par perfeito, meu amigo